Governança Colaborativa em redes: uma discussão teórica

Ana Maria Vicente da Silva, Herlane Chaves Paz, Geymeesson Brito da Silva

Resumo


A partir da crise paradigmática que inicia nos anos de 1920 e se intensifica a partir dos anos de 1980, ocorreram mudanças tanto nos paradigmas científicos como nos modelos de gestão. Observa-se que a governança passou a ser o modelo de gestão alternativo aos modelos tradicionais decorrente das mudanças paradigmáticas que influenciaram a Administração. Em paralelo a isso, o fenômeno das redes impulsiona o surgimento de arranjos institucionais ou redes colaborativas, que por apresentarem diversas formas e características, são viáveis para propor e implementar soluções a problemas complexos. O objetivo desse trabalho é analisar o fenômeno da governança em redes colaborativas como decorrente das mudanças paradigmáticas da administração a partir de uma perspectiva interpretativista. O método utilizado foi um ensaio teórico. Os principais resultados apontam que as redes representam novas formas de arranjos institucionais ligados à necessidade de pensar novas formas de produção, distribuição e consumo, mais sustentáveis e colaborativos. A governança colaborativa passou a ser o modelo de coordenação mais adequado para essas redes, uma vez que, é amplamente discutida como os processos e estruturas de tomada de decisão política e gestão que envolva as pessoas de forma construtiva, relações públicas, privadas e sociais. Esse modelo se dedica às relações amplas de colaboração, levando em consideração sua contribuição para o funcionamento das redes e a busca pela inovação.


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